quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O Partido Popular e o casamento gay

Pera lá, pera lá, pera lá será que eu ouvi bem? Que raio de resposta foi aquela dada por PP (sim porque PP é o partido e o partido é PP, À boa maneira populista) à pergunta de Ricardo Araújo Pereira sobre o "casamento do mesmo género" com o PSD?

Paulo Portas deu uma resposta completamente fora de contexto... e foi pena... ele que estuda tanto as respostas, falhou.

O casamento homossexual acabaria com séculos de perseguição e repressão desta minoria em Portugal, e a proposta do executivo socialista para os legalizar vem finalmente terminar com esta perseguição. Uma luta que é, aliás, comum à maioria da esquerda em Portugal, porque há muito se aperceberam da injustiça em que vivem os homossexuais em Portugal.

O Dr. Paulo Portas deveria saber disso - ele que gosta tanto de falar em oportunidades para todos - e em diminuição de impostos para "aliviar a carga fiscal" dos portugueses.

Portas deveria saber que a 10% da população adulta portuguesa é negada a oportunidade de assumir perante o Estado uma situação de partilha comum de bens e de declaração de impostos conjunta com o(a) seu(sua) parceiro(a). Tudo por birrice católico-tradicionalista, numa lei que é anacrónica e sem sentido nos dias de hoje.

Gostaria que os populistas (PPs) respondessem por que razão defendem a diminuição da carga fiscal de todos os portugueses, MENOS nesta questão do casamento homossexual, que viria diminuir efectivamente a carga fiscal de inúmeros casais em Portugal. A pergunta para eles é simples. O que vem primeiro - a DIMINUIÇÃO DA CARGA FISCAL, ou os valores CATÓLICOS?

Em penso que todos sabemos a resposta. Mas seria interessante ouvir o que têm para dizer

7 comentários:

  1. a resposta de PP tem tudo a ver com a pergunta...

    casamento gay = casamento de duas pessoas do mesmo genero = referencia a coligaçao de PP com PSD.

    Paulo Portas disse que há quem se case, quem more junto, quem namore e que ele prefere viver sozinho, ou seja, sem PSD...

    dah!

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  2. Paulo Portas, ao contrário do que neste Blogue é afirmado, não fugiu á pergunta nem tanto respondeu fora do contexto. Aliás, o líder do PP, estaria consciente que uma pergunta que envolvesse o casamento gay estaria na berlinda, pelo que não poderia responder melhor, dado o contexto da mesma, inserida num programa de humor. E, mais, deixou Ricardo Araújo Pereira sem resposta, situação que deixou o próprio gato embaraçado. Quando Paulo Portas afirma que prefere viver sózinho(como PP) quer dizer sem PSD. A resposta de Portas mais parece aquelas anedotas à qual ninguem se ri, não por não ter tido graça, mas sim por não a terem conseguido alcançar.

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  3. Mais uma vez fogem à pergunta como o diabo da cruz.. já sei o que me estão a dizer, mas como ele, fogem ao tema!

    Falemos das coisas sem medo! Não é isso que o vosso generalissimo advoga?? Eu já sei que este tema é difícil de debater para vocês que andam na caça ao voto fácil e não querem gerar polémicas, mas conheçamos um pouco as opiniões do PP (tanto partido como Paulo Portas - os dois confundem-se) sobre este assunto! Já que é aliás, e ainda por cima, uma das falhas do vosso "programa perfeito" de que tanto falam -a inexistência TOTAL e ABSOLUTA de um tema "Social" (para não falar das conexões recorrentes à Igreja Católica que preconizam, em clara violação do artigo 43 da Constituição da República Portuguesa).

    - Gostava de saber, no âmbito da diminuição da carga fiscal prometida pelo PP, porque razão a 10% da camada adulta da população (homossexuais portugueses) não é dada a oportunidade de diminuir a SUA carga fiscal porque o Estado insiste em não assumir os seus casamentos e a sua família, ou seja, com quem eles amam?
    - Gostaria de saber, no âmbito da tal justiça social que tanto prometem, porque razão a 10% da população adulta portuguesa não é permitido o acesso a um direito básico de um qualquer outro cidadão (casamento).

    Eu sei que este tema é difícil para vocês, porque vos tira a careca e vos vai fazer (como iremos ver pelas respostas, se tiverem coragem de responder, claro) mostrar o discurso reaccionário, e antigo que andam a esconder dos portugueses com "falinhas mansas", e que é o vosso. Se o discurso da Manuela Ferreira Leite nestes temas é antigo e cheira a mofo, o vosso é milenar e cheira a verdume. Andem lá - mostrem a careca! Mostrem quem são, não tenham medo!

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  4. Meu caro Pedro,
    Apenas fiz um comentário á sua introdução, ao dizer que a resposta de Portas estava fora do contexto. Está enganado....não fujo de nada com medo e não sou filiado no PP.Mais....sou a favor do casamento gay, na medida em que defendo que não é legítimo entrarmos na esfera privada de cada um e podermos condicionar as suas escolhas. Na óptica do meu comentário apenas estava em causa o programa de ontem e mais nada, tanto mais que como deve calcular, a resposta do líder do PP, não seria a mesma se não estivéssemos perante um programa humorístico.Mas também lhe digo, não é por o programa do PP não fazer referência ao casamento gay, que deixarei de votar naquele partido. Apenas lamento relativamente àqueles líderes que alteram a sua posição sobre o casamento gay de um momento para o outro apenas para contarem com os votos.Espero ter sido esclarecedor. Apenas não entendo todo esse seu tom agressivo num blogue que seria suposto estarmos a defender posições de uma forma civilizada.

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  5. 1-vocês populistas são todos iguais, começam todos o vosso discurso de forma igual "não voto em nenhum partido, mas...", "não sou filiado, mas..." - ao menos assumam as vossas posições no debate e não tenham medo de as defenderem! Ou procuram ganhar pontos no debate, apelando à vossa pretensa "superioridade" em relação ao resto do eleitorado, porque são tão iluminados que não têm partido? Sabe toda a gente tem uma ideologia... de forma que sair do armário não lhe faria mal nenhum

    2-"sou a favor do casamento gay," e "Mas também lhe digo, não é por o programa do PP não fazer referência ao casamento gay, que deixarei de votar naquele partido. " em primeiro lugar, está a contradizer-se a si próprio já que vai votar num partido que defende uma ideologia com a qual não concorda. Em segundo lugar continua a não responder à minha pergunta: Qual a posição do PP em relação ao casamento gay e a diminuição da carga fiscal? No âmbito do seu programa?

    3-Já agora ficam mais duas perguntas:

    a)Tem noção que o programa do seu partido viola a Constituição Portuguesa no artigo 41º (separação entre Estado e Igreja) nas suas inúmeras propostas de colaboração com instituições de caridade, de educação e afins associadas à Igreja católica?
    b) Qual a razão por detrás da ausência total de um grande tema chamado "Sociedade" ou "Social" no programa do seu partido?

    2-Quanto ao tom agressivo, é você que o diz. E isso pouco interessa para o caso. Estou aqui para debater política não a minha atitude.

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  6. Pedro a sua atitude deixa-me preocupado, por vários motivos. Tendo sempre, apoiado os meus amigos e amigas homossexuais, nenhum tem a mentalidade que possui. Através do modo como agem, serenos, lutando por verem os seus direitos face ao seu companheiro em caso de doença e morte serem reconhecidos, tem tido o apoio de todos. Alguns votaram, PP e no que entenderam, outros levaram-me eles a orações na própria igreja. Hoje em dia a sociedade portuguesa, já não reprime tanto as opções de cada um, por exemplo é mais fácil um homossexual ter um emprego do que um deficiente ou portador de esclerose múltipla.
    Não voltarei aqui a ler a sua resposta, porque sou formado em Ciência Política e não discuto "política de bancada" apenas pelo o facto de ser de tal forma desinformada, este tipo, que não leva ninguém a lado nenhum. Acalme-se, lute pelos seus direitos, respeite os dos outros, quanto ao seu desejo de voto, ou religião. Garanto-lhe, que conseguirá muito mais apoio na sua luta, do que criticando a intrasigência e ao mesmo tempo sendo intransigente. É o exemplo que muda a mentalidade das pessoas, não a luta gritada. Para ser-se respeitado (como Homossexual ou qualquer outra opção), terá de saber respeitar a liberdade dos outros, serenamente, incluindo a partidária e religiosa de cada um, senão será exactamente igual às pessoas que condena e critica, reprimindo os seus direitos. Um bem haja.

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  7. Caro "anónimo": Só tenho um comentário a fazer, e que serve também de crítica ao seu discurso: tudo aquilo que eu escrevo no meu blogue são as minhas convicções, e estas não estão de todo ligadas unicamente a qualquer tipo de "agenda" para que o casamento entre homossexuais seja aprovado no parlamento, e qualquer insinuação desse tipo é profundamente ridícula... O resto do que me diz parece um discurso de diácono - não preciso de lições de moral de ninguém, muito menos de católicos ferrenhos que passaram os últimos séculos a dar uma no cravo, outra na ferradura. Custa-me a entender, aliás, como é que um homossexual pode ser católico, já que a Igreja é peremptória na sua crítica em relação à homossexualidade... ainda é formado em Ciências Políticas (como se isso lhe desse alguma vantagem) mas ignora que a homossexualidade não é uma "opção". Opção é votar em quem nos reprime... deixo-o com uma frase de Carl Sagan: “Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois as suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se apenas numa profunda necessidade de acreditar.”

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