segunda-feira, 14 de setembro de 2009

DESINFORMAÇÃO


Tem havido uma campanha de desinformação em Portugal, nomeadamente no que toca à situação económica actual. Todos sabemos que o país está em crise, muito devido à crise internacional... não podemos escapar dela, cada vez mais as economias coexistem a nível global e não a nível de cada país, mas isso já todos sabemos, não é isso que importa agora.. Mas é talvez importante que estes assuntos sejam clarificados e debatidos de forma exaustiva para que as pessoas compreendam o que de facto se está a passar... nesse sentido acho que tem havido uma grande campanha de desinformação e de utilização abusiva de certos factos relativos à economia portuguesa. Esta desifnormação tem como intuito alarmista criar um estado de pânico entre os portugueses, para os doutrinarem e os manipularem por razões político-partidárias em seguida. Ora isto é uma situação que não podemos aceitar, porque faz terrivelmente mal ao país. Esta série de mensagens é assim uma tentativa de desmistificar esta situação, abrindo luz sobre o verdadeiro estado da economia portuguesa. Comecemos pela dívida pública portuguesa. Tem sido dito e repetido incessantemente que a dívida pública portuguesa está a aumentar a olhos vistos e que já ultrapassou até os 100%! Ora isto não é verdade... segundo dados recentes da CIA e da OCDE, a dívida pública é respectivamente de 64,2% e de 70,8%. AInda, segundo o EUROSTAT, o órgão estatístico oficial da União Europeia, a dívida pública é de 66,4%. Podemos também verificar que a tendência tem sido de crescimento de facto, mas que infelizmente isso advém do alinhamento da economia portuguesa com as restantes economias europeias.. o aumento das dívidas públicas é generalizado na Europa, e há uma grande quantidade de países europeus que têm uma dívida pública (em termos de percentagem do PIB respectivo) claramente superior à nossa. Convém dizer aliás, que sempre foi alta a dívida pública portuguesa - não é apanágio do PS de Sócrates. Mas não se assustem com o fantasma da dívida pública portuguesa, isso não é determinante na economia. A tendência da economia portuguesa está intimamente ligada à economia europeia como expliquei antes, basta olharem comparativamente num gráfico para a evolução do crescimento económico, da dívida externa, e do desemprego portugueses com os dos restantes países europeus, e com a própria média da UE, para daí tirarem essa conclusão (no site do EUROSTAT isto é possível de ser fazer, por exemplo).

Mas vamos ao que é importante. O importante é quebrar círculos viciosos e compreender fins de ciclos económicos. Até agora Portugal baseou a sua economia em salários baixos e em baixa competitividade, apostando naquilo que chamarei de exportações "tradicionais" - como as exportações relacionadas com a indústria têxtil ou de calçado, por exemplo. Obviamente que isto tem de ser modificado a médio e a longo prazo - e para isso o investimento nas novas tecnologias e na ciência são fulcrais. Mas não é isso que o executivo tem feito?

Por isso sim aplaudo o aumento das exportações de carácter tecnológico, o aumento de tudo o que seja ligado a ciência e tecnologia neste país... foi uma grande e excelente aposta do executivo de José Sócrates, e é uma iniciativa que tem vindo a dar frutos e a efectivamente aumentar a nossa capacidade exportadora.

Ainda, e falando nas tais exportações, no site da Eurostat podemos ver que houve uma queda generalizada das exportações (e também das importações) este ano. Mas não se alarmem! Na verdade, o saldo final foi "menos negativo" este ano do que no ano de 2008.
Não vou discutir em particular esta tendência mas voltar às exportações....
não me surpreende a queda nas exportações, mas temos de compreender as razões por detrás dela, e as razões são óbvias tendo em conta a conjuntura europeia... a resposta é simples: se os dois principais importadores portugueses (Alemanha e Espanha) estão em recessão técnica obviamente que as exportações caem a pique..

E neste caso a ideia é simples e inteligente: se neste período de crise conseguirmos substituir o nosso tecido de exportações tradicional (que está obviamente a morrer - por não ser sustentável - não temos o perfil de um país de salários baixos e baixa produtividade, ainda mais quando a competição é com países do Extremo Oriente) por exportações de teor tecnológico - é uma forma de quebrar o ciclo vicioso em que entrou a economia portuguesa, substituindo-o por outro ciclo muito mais sustentável, a médio e longo prazo. Na verdade a ideia é genial. É na verdade uma forma de aproveitar a crise em nosso favor...

E é aqui que entra a excelente política do actual executivo, que tem promovido de forma arrojada tudo aquilo que esteja relacionado com I&D(Investigação e Desenvolvimento). Tivemos nos últimos anos um crescimento exponencial de publicações científicas, o número de doutorados aumentou também de forma exponencial, e as empresas exportadoras de carácter tecnológico surgem a todo o momento.... como é possível achar isto mau?

A política a nível de I&D do executivo de José Sócrates é de ser louvada. Foi com ela criada uma "base de operações" que permitirá ao país crescer nestas áreas. E com esse crescimento vencer a crise e, pelo caminho, modernizar Portugal!

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